quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

ARTE XÁVEGA NA TORREIRA

O perigo que envolve a actividade estende-se a toda a convivência social. Assim, e apesar da competição entre embarcações e as limitações dos recursos, o companheirismo e a solidariedade são factores essenciais da actividade predominantemente masculina, a pesca não conta, geralmente, com a participação directa das mulheres.
Dentro da comunidade piscatória, o pescador costeiro é habitualmente visto como o verdadeiro marítimo, devido ao maior perigo e incomodidade do trabalho e à importância das espécies por ele capturadas.
Festa do S. Paio: Feriado concelhio, 8 de Setembro. É a maior festa realizada a nível concelhio, e normalmente os festejos começam uns dias antes. Integrada nas festas realiza-se uma regata de barcos moliceiros e outras embarcações típicas e um concurso de pinturas dos painéis dos barcos.
àdireita - manel caldinho
à esquerda - alfredo fareja (falecido)

terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

Tendo origem muito antes da fundação do país, a pesca costeira assume, desde cedo, um importante significado na tradição marítima portuguesa. O clima e a geografia do litoral português, favoreceram o desenvolvimento de uma intensa actividade piscatória que, desde a época Romana, originou inúmeros aglomerados populacionais.
A par destas comunidades que foram surgindo, a pesca costeira conheceu diferentes artes e embarcações que, pela sua peculiaridade, enriqueceram as tradições regionais.


A fundação da Torreira é atribuída a uma colónia de pescadores vindos do Norte da Europa ou do Mediterrâneo, nos séculos XII e XIII, mas o estudo preciso destas colonizações que se fundaram e instalaram um pouco a nascente das terras furtadas à ria, ainda não está feito, e não se sabe se se poderá fazer com bases seguras.












Os primeiros residentes instalaram-se por volta de 1758 e podem ser considerados os fundadores da Torreira.O seu povoamento foi feito inicialmente por pescadores vindos da Murtosa e Ovar, que ali se estabeleceram temporariamente.
Foi na última metade do século XIX que se deu um grande desenvolvimento na Torreira.Em 1880 armam-se seis companhas de xávega, que ainda subsistiam em 1912.Até 24 de Outubro de 1855, a Torreira pertenceu à freguesia e concelho de Ovar e a partir de Dezembro desse ano foi anexada ao concelho de Estarreja .

zé murta ( arrais olá sampaio)
A freguesia civil foi criada em 30 Outubro de 1926 e incluída no actual concelho (Murtosa). Actualmente a Torreira é uma praia muito procurada durante a época balnear, pelo seu extenso areal (25km), onde e apesar de todo o progresso tecnológico se teima em praticar uma das artes mais antigas e típicas da região: a arte da xávega.


zé caldinho

O perigo que envolve a actividade estende-se a toda a convivência social. Assim, e apesar da competição entre embarcações e as limitações dos recursos, o companheirismo e a solidariedade são factores essenciais da actividade.

alfredo fareja - falecido (esq) e massa






miguel bitaolra










Actividade predominantemente masculina, a pesca não conta, geralmente, com a participação directa das mulheres. Estas ocupam-se das actividades complementares que, tradicionalmente, se constituíam por: lavagem, salga, carregamento e venda do peixe.



caetano da mata – mestre de redes do olá s. paio




maria murta ( mulher zé murta)






































Actualmente, dada a melhoria dos sistemas de descarga, conservação, transporte e comércio de pescado, as mulheres passaram a empregar-se nas lotas (como assentadeiras), na indústria conserveira (como operárias) e ainda, nalguns casos, na área administrativa. Contudo, em algumas zonas estuarino-lagunares, podemos encontrar casos de mulheres a participar na faina da pesca.







Pedro passarinho (esq) e filho mais novo do Zé murta



Em regra, a propriedade das embarcações é familiar. É à embarcação que o pescador confia o seu destino no mar, motivo pelo qual estabelece com ela uma profunda relação de fé. Tal é visível, nos rituais que envolvem a decoração da embarcação e o próprio momento do seu lançamento ao mar. Assim, e segundo a tradição portuguesa, os pescadores atribuem um nome a cada embarcação. Este é, normalmente, inscrito na proa, que por sua vez se encontra decorada com pinturas e desenhos. Uma das figuras mais vulgarmente pintadas nas embarcações tradicionais de pesca, consiste num olho que, segundo se diz, reflecte a crença de afastamento de qualquer mau olhado. Uma outra tradição, remete-nos para o primeiro momento em que a embarcação enfrenta o mar. Por esta ocasião, acredita-se que, colocando ramos de folhas verdes e flores amarelas no alto dos mastaréus, a embarcação ficará protegida, por antigas magias, de todos os perigos do mar.





















































popola


































segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

ALMA LUSITANA

Partilho estes olhares porque é reconfortante saber que não estou só...
Sinto-me voar ao passar por locais que conheço perfeitamente,onde muitos passaram e não viram estas formas da mesma forma que eu...

RIA DE AVEIRO
A Ria de Aveiro estende-se, pelo interior, paralelamente ao mar, numa distância de 47 km e com uma largura máxima de 11 km, no sentido Este-Oeste, desde Ovar até MiraA Ria é o resultado do recuo do mar, com a formação de cordões litorais que, a partir do séc. XVI, formaram uma laguna que constitui um dos mais importantes e belos acidentes hidrográficos da costa portuguesa.Os barcos moliceiros, embarcações únicas e de linhas perfeitas, ostentando painéis decorativos continuam a apanhar o moliço fertilizante que transformou solos estéreis de areia em productivos terrenos agrícolas.No documento de doação testamentária efectuada pela condessa Mumadona Dias, ao mosteiro de Guimarães em 26 de Janeiro de 959, consta a referência a"Suis terras in Alauario et Salinas", sendo esta a mais antiga forma que se conhece do topónima.

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CAIS DA TORREIRA PESCADORES DA RIA
CORES DA MANHÃ NA RIA TORREIRA

NO CAIS DO BICO DA MURTOSA